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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Percorrendo a cidade com Cesário II

Fora, cá fora, é pouco deslumbrante. Nada deslumbra, ao certo, se bem que o seu oposto paira entre as casas por descascar.
Não há luzes; há lusco-fusco. Sente-se o frio do Verão pequeno e o desagrado do comércio quando se passa por cada loja que, moribunda, se pergunta se realmente deverá encerrar para todo o sempre.
A estrada é bem cerrada; como não o fora antes, imagina-se então quão esburacada poderia ter estado... os pés sentem a estrutura de cada aresta sua, e o ar impregna muito lentamente cada pulmão. Faz arrepios. Não há ninguém.
Mas dentro do grande palácio comercial... as luzes! Cada olho é cego com mais de infinitas cores até fechar-se num sono diurno! Tudo é igual a tudo – pernas aqui, pernas ali... a correr ao encontro dos seus tesouros! Remoinho de visões e tempestade de emoções!
Enfim, tudo pára. Já é noite, noite que alguém bondoso concebeu... para conforto dos inteligentes. Eu passo sobre a ponte de ouro e passo pela porta de platinas, para nunca mais voltar.
E ao sossego da cidade moribunda volto, com luzes a piscar, deambulando, epiléptico, louco...


2010/05/21
Teresa Sousa 11ºE

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